sexta-feira, 30 de julho de 2010


(...) e embora você seja o percalço, o solavanco, o sobressalto, o gênio forte, amarei eternamente a paz de sua presença amiga, sua fidelidade, seu diálogo curto, sua fala sem vícios, seu jeito bucólico de enxegar a vida, seu cinismo de dizer meias verdades... e sua fúria própria, indomável, marmorizada, de me amar sem limites. Por isso, passa o tempo, rompem-se alvoradas... esvai-se o nosso fiapo de vida... caem as estrelas... crescem as crianças... arcam os caniços... vão e voltam as estações com as flores... Morrem umas, nascem outras com outras nuanças... E aqui dentro, igualmente, a verossimilhança que denuncia o brilho dos teus olhos ocultos, você não passa. Você não sara. Você não finda. Você não seca. Você não cessa. Você não morre.


Vera Fornaciari

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