segunda-feira, 9 de agosto de 2010

De tudo o que seria


E a minha veia artística se expressa muitíssimo bem nos dias em que eu quero fingir estar gostando, e fingir estar contente, e fingir que me divirto quando tudo não passa de uma noite e nada mais. Acontece que o romance vem se infiltrando pelas frestas mais pífias e quando eu me dou conta eu estou fugindo de novo da possibilidade e alegando que você não quis ficar comigo. A necessidade de ser amada entre o quente do beijo e o vácuo da separação das bocas se junta com o eterno medo que eu tenho de ser amada e aí eu tremo, e sinto frio, e minhas bochechas queimam porque o tesão é quente, mas a espera pelo acerto é torturantemente fria.

E eu acabo idealizando muito o passado, esperando muito do futuro e conseguindo viver pouco do presente, simplesmente pelo fato de que eu passo a maior parte do meu agora pensando em tudo o que seria e não é.
 
Rani Ghazzaoui

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